domingo, 6 de dezembro de 2009

minha tristeza é pesada... como se cupins comessem meu coração, esôfago cheio de vermes, respiração de um DPOC...

musculos contraidos na expressao de dor... infinitas lagrimas...

que essa ausencia não seja apenas local, mas eterna... nao queria estar aqui, nao queria ser eu

sou fracasso e vergonha... mandibulas tremulas, maos incompetentes... nao sou nada, nem sirvo...

ainda se minhas palavras fizessem sentido e formassem um belo texto... nada, nem isso...

sou lixo, vacuo e abstrato... sou só, por merecimento...

sou a velha doida, que chega em casa pra um cachorro, faz jantar pra um e morre de solidão..

sou ímpar, avulsa... compradora à prazo do meu próprio caixão.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

a gente nasce só... se ilude (sem e por querer) no meio do caminho e, no fim, a gente morre só.

Nossa vida é só. Solidã0. Solitude.

Depois dos abraços, só se dorme. Depois das danças, só se caminha. Depois de amar, só se esquece...

Só assim, sem ninguém mesmo. Começa e acaba.

E isso é só.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

sou teu pecado, qualquer coisa de errado... te tento, te deixo endividado.
Pobre coitado, todo enrolado.
Tiro um pouco da paz, enlouqueco e faco demais.
Sou ela, aquela, dedo na boca suja de nuttela...
sou doce, vc salgado... sou um, vc o outro lado...
esmalte do dente compartilhado... mangueira; teus pés molhados
eu sou, o abraço que quer te ver aliviado

domingo, 25 de outubro de 2009

socorro, socorro
estou sendo atacada por mim mesma
minha personalidade me encurrala
e minha atitude me bombardeia

preciso ser outra pessoa
mas, quem?
preciso sentir diferente
mas, como?

socorro, socorro
estou perdida em meio a escuridão
golpeio o vácuo, sufoco ao vento
luto contra a solidão

socorro
se é que eu tenho salvação...


sábado, 19 de setembro de 2009

"é doce rimar"

Nao – me precipito… (ainda que consideres maldito)
beija minhas costas, entorna minhas roupas…
Nao – ainda te irrito…
me pega com força, me deixa mais louca…
Nao – implico contigo…
acaba com isso, me tira o juizo…
Vem, rima comigo.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

o que vejo.

Tenho a minha frente tres apostilas imensas sobre organogenese, anatomia e litíase. Tive mais de um mes para estuda-las e revisa-las, se quisesse... mas deixei pra ultima hora. A prova esta marcada para amanha, as 08:20... e tudo que eu consegui ler até agora foram 3 miseras paginas das quais eu nada entendi... O desespero comeca a me consumir e como se eu beirasse a morte comeco a repensar nas coisas que eu poderia ter feito pra evitar esse sentimento e no porque me sentia assim... vejo uma vida vazia.
Meus olhos pesam, me sobe uma aflicao pela traqueia até o nariz e as lagrimas me escorrem sem que eu tenha como controlar... "sou um fracasso"- minha mente diz como num sussurro... me arrepio numa vergonha intima, olho a minha volta para ver se sou notada... e me vejo só.
Estiro meu corpo na cama e meu rosto nao é o mesmo... sem expressao, fitando o vacuo ...me perco...
saída, a única coisa que eu nao vejo.

terça-feira, 15 de setembro de 2009


vai... acelera teu carro, arranca da porta do hotel e vira a esquina cantando pneus...
vai... fuma teu cigarro, tinge teu escarro, esquece que tudo era teu...
vai... abandona esse fardo, vai embora, deixa de lado... sou um caso perdido, condenado.


sábado, 12 de setembro de 2009

D. Tereza

Nessa historia... eu sou uma simples espectadora inundada de sentimentos...

É um privilegio relembra-la com tanta clareza...

roupas bem postas, sorriso carinhoso, olhar compreensivo.

Palavras precisas e sinceras...

Eram os assentos certos nos voos para Aruba e a sorte invejada (no jogo e no amor)...

As festas suntuosas nos jardins receptivos e a simplicidade do amor explicito.


Hoje ela se transforma em saudade...

lembrança viva nos ventos fortes com areia... nas perolas que adornarão nossos pescoços... no pulsar de nossos coracoes um pouco mais solitários.

Ainda hoje, a dor é grande... mas anjos não ficam na terra pra sempre!

domingo, 6 de setembro de 2009

cheiro, barba, braco, abraco, respiracao, pescoco... arrepio... suspiro... pernas, maos, boca...

sábado, 29 de agosto de 2009

que pena...



quando nao faz diferenca...

o orgulho suplanta o amor, o cotidiano revira a memoria e os momentos restam no passado


quando nao faz diferenca...

o perdao eh humilhante, a saudade eh um instante e qualquer ser é o sufciente


quando nao faz diferenca...

a razao eh mais que o afeto, provacao do que nem sempre eh certo... sentimento baseado em concreto fragil


erros nao perdoados, silencio a longo prazo...

só aumenta minha crença que, pra voce,

nao faz diferenca.


(que pena...)

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Minha casa.

Durante mais de 15 anos eu morei na mesma casa. E à medida que o tempo ia passando, ela ia mudando com a gente...

A principio era um quarto amarelo e azul, com estampas florais e camas de solteiro. Um balanco, feito por mim, pendia de um dos galhos do imenso ingazeiro que sombreava a faixada... a rua era duas maos, e o caminho até a escola mais curto.

A arvore foi cortada, dada a necessidade de fazer uma nova garagem... meu balanco, pro lixo.

O quarto do meu irmao era pequeno, mas era o mais divertido e cheio de coisas. Era como um esconderijo, voce entrava e andava de lado entre a cama e o movel (que, acreditem, existia!) abarrotado de eletronicos, caixas de som, novidades, etc. As prateleiras eram rebeldes, tomada por livros e objetos, sempre acertavam a testa de alguem...

A rua virou mao unica, em direcao a rua recife. Dar carona pros cativos ficou um pouco mais complicado, mas o pouco movimento na via permitia algumas "barbeiragens".

O quarto de hospedes abrigou muita gente, até chegar minha vó... e ai, era o quarto da vovó! Todos os outros ambientes (fora o quarto do meu irmao) eram bem mais amplos, mas alguma coisa sempre nos levava a ficar amontoados lá dentro...

A casa toda cheirava a madeira... era ventilada e tinha uma das melhores vistas da cidade.
Foi palco para festas, cenario para filmes e o nosso lar.

Em um dado momento resolvemos reformar; meu quarto passou para lilás, cama de casal, closet espacoso e cara de adolescente... meu irmao mudou do cubículo para um espacoso loft com entrada independente... mamãe ganhou mais espaco para as roupas e papai menos bagunça.

Enfim, resolvemos fazer a piscina... Nossos domingos ficaram mais coloridos e cheios de vida. Papai colocava a melhor trilha sonora pro momento, gidô trazia kibe e outras delicias, e fechava o almoco com uma maravilhosa sobremesa da vovó...

Minha mae adorava o jardim. Molhar as plantas, plantar as plantas, colher as plantas... era o toque de tanto amor que dava vida àquele lugar.

Nosso canto comecou a virar o canto de muita gente... e começou o pesadelo.

Primeira obra; do predio atras... ouviamos tudo, do toque de entrar, de almoco, de volta, de sair e de hora extra. Furadeira, serra, martelo, caminhoes, poeira, alergia, dor de cabeca e furia... Foram sei lá quantos anos até ele ficar pronto, e bem em cima da nossa privacidade. Mas, pelo menos, dormir e respirar era possível.

Quando pensamos que nossos problemas tinham acabado, o vizinho da esquerda vende a casa e, pra nossa "alegria", iam construir um predio no local...

Ok, ok... a gente aguentou um, o que seria outro...?

Foi entao que o vizinho da direita se rendeu as propostas e ali, pasmem, seria mais um predio!

Choviam propostas para comprar nossa casa, mas ela era parte da gente... e a gente dela.

O transito já havia mudado completamente... de pouco movimentada, virou via de acesso. Eu passava meia-hora vendo o portao da minha casa, mas impossibilitada de chegar até lá... e quando iamos entrar, ainda recebiamos buzinadas raivosas e gestos desagradaveis... por vezes até cheguei a ouvir alguns gritos, mas pode ter sido só impressão.

Foi quando resolveram construir o viaduto que demos a martelada final... era impossível continuar lá.

Assim que assinaram o contrato de venda, os novos "donos" nos enxotaram de lá... nos deram tempo recorde pra sair e encontrar qualquer outro lugar, que nao aquele, para nos abrigar.

Saimos, entao, às pressas... sem despedidas, como sem-terras maltrapilhos.

Colocamos tudo que tinhamos dentro de caixas, carros, caminhoes... e partimos sem olhar para tras. Ela, sem a gente, nao era mais a mesma... uma carcaça, um esqueleto, um corpo sem alma... estava morta.

Foi assim que ela passou de lar a escombros... de jardim a concreto... de amor a dinheiro.







quinta-feira, 27 de agosto de 2009

luzinha.




Nossa distancia pode ser medida pelo tempo, pelo espaco e pela saudade. Nos levaram quase 10 anos da convivencia... mas quem?

Não dá pra realmente dizer o que aconteceu. Em que momento deixamos as nossas mochilas e uniformes, para nos transformarmos no "oi" ocasional.

Depois de uma confusão e algumas revelações (estarrecedoras, eu acrecento)... [re]encontrei a companhia ideal. Musicas, conversas, ares... e "aquela" cutucada no sentimento dorminhoco.

As vezes tenho vontade de entrar no meu delorean, voltar correndo no tempo e retomar tudo isso que perdemos... mas, e como?

Das brincadeiras (nem tanto) infantis, frio na barriga de e-mails ansiosos... fui parar na luzinha do seu celular, um pisca-pisca alucinante, lista infinita de nadas meus... mas de certo sou uma parte do teu sorriso de lado.

Rumo? pra que...? qualquer direção é a certa... o importante é "nao abandonar o time".

Minhas olheiras não escondem a luta contra o sono, só por mais algumas horas, ou mesmo minutos ... tenho tanta coisa pra mostrar, dividir, ver.

Companhia, amizade e sintonia...

A saudade é imediata. Corro pro computador... abro minha caixa e volto a ser sua luzinha (pisca, pisca).

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Chuva de patos

Não lembro de nada que me tenha sido tao engracado quanto ver idealizado uma "chuva de patos"... lembro de estar assistindo um dos meus desenhos (atuais) favoritos, com uma das minhas companhias favoritas, numas das minhas situacoes favoritas...

Aquilo me soou fantastico... tantas coisas pra passar pela cabeca, a imagem de chuva de patos era incrivelmente improvavel... Nada melhor pra desejar, nao? coisas impossiveis...

Eu ri por dias, se nao meses... Toda e qualquer ocasiao era o suficiente para me remeter aquela cena. Alegria atrai alegria...

Nao importa muito o tamanho da alegria, o que importa é o quanto voce a sente... Alegrias pequenininhas podem fazer cócegas no nosso esofago, e nos fazer sorrir, escondido, com o canto da boca... sozinho... num café. Grandes alegrias podem nos nocautear imediatamente e depois... viram lapsos.

A alegria anda com a tristeza... pq só uma pra nos provar que tivemos a outra... ou que somos capazes, de fato, de te-la algum dia.

É o supiro mais profundo e a lealdade mais oculta.
Voce se diz desistir e desacreditar dela, mas vive procurando esse ser; feliz...

Certo que a felicidade é aquele momento, ali... voce vive e, de repente, ela vai embora. Voce esquece tudo aquilo que um dia coloriu, tudo é pastel e sem gosto.

Tudo é num instante, preciso. Desejar ser feliz eternamente é utópico, entao... eu desejo chuva de patos!




sexta-feira, 21 de agosto de 2009

meu espelho.

eu nasci um bebe estranho... bochechas protuberantes e cabelos rebeldes. Cresci ao lado de um irmao lindo, que atraia todas as atencoes apesar dos lacos estrambolicos na minha cabeca.

Minhas amigas eram todas bem "ajeitadinhas", em especial uma meia-prima, loira de olhos azuis, que parava qualquer transito. Enquanto eu ainda estava no meu cabelo chanel que nao crescia devido aos caixos insistentes...

Formatura do ABC ninguem barrava meu vestido, mas quem conseguia tirar os olhos dos meus dentes que cresciam sem direcao?

Durante meu primeiro grau tive lutas diarias e frustradas com os encriquilhados revoltados que nao tinha gel que desse jeito... fora os pelos que já eram exacerbados (imaginem quando eu entrei na puberdade).

Fui morar nos Estados Unidos, onde eu era novidade... nao apenas por ser procedente de outro pais, mas por ser mais morena que 97% da turma. Pouco depois chegaram os novos vizinhos brasileiros, eram 3 irmaos (2 menino e 1 menina). Ela era linda, alta e de cabelos perfeitos. Eu mignon, os cabelos continuavam no mesmo formato desagradavel e estava longe de ser linda com tantos ferros e borrachas na minha boca de apenas 8 anos.

Quando retornei tomei um susto... minhas amigas haviam crescido e eu nao me encaixava mais naquela turma. Elas eram adolescentes e eu ainda uma crianca desgrenhada.

Entao, o pesadelo da puberdade... eu era o proprio primo "it" da familia addams. Coberta de pelos, gracas a minha descendencia arabe (orgulhosamente, muito obrigada). Com os quais tinha que conviver pois depilar era o mesmo que arrancar os pelos de chow-chow... a cera fria!

O primeiro menino que pediu pra namorar comigo, numa festinha da escolha... se revelou gay algum tempo depois. Enquanto todas as minhas amigas falavam de namorados e ficantes, eu pensava em correr pra casa pra assistir castelo rá-tim-bum e brincar com as minhas barbies.

Aos quinze anos ja nao usava mais aparelho, meu cabelo parecia estar tomando jeito e ja era elogiada pelo meu sorriso.

Aos dezoito, meninos (homens) mais velhos ja comecavam a me notar.

Aos vinte já me considerava mulher, apesar de nao pensar como tal. Com vinte e um veio minha primeira grande crise... uma tristeza sem fim e uma escuridao absoluta. Por um mes, nao tirei meu pijama e tinha medo de fechar os olhos sozinha.

Mais 3 se seguiram depois dessa até que eu aprendesse como nao me deixar cair tao fundo.

Hoje, com 25, ainda me sinto a mesma menina de cabelos assanhados e extra-oral. Nao me sinto mais bonita e nem mais interessante, mas essa sou eu... minha imagem, nesse espelho meu.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Desprezo

"o desprezo", dizem, "é o melhor remédio."

Bem, na minha concepcao, remedio bom é aquele que a gente toma e fica logo boa. Desprezo pra mim, é sangria. Literalmente sangrar todo o sentimento, na dor crua do corte em carne fresca...

Técnicas ultrapassadas e sem efeito.

Ou um corpo canceroso que retorce na dor e grita por meros paliativos, ignorando qualquer possibilidade de cura... sabendo a morte iminente. Debil e indefeso.

Se é pra desprezar... eu desprezo. Ou melhor, mascaro o que de fato é, encubro e desfaco todas as minhas vontades e, assim, preparo o terreno pra esquecer. Porque ninguem realmente acredita que, de uma hora pra outra, devido a uma "sumidinha", tudo muda...

A verdade é que amigos e familiares nunca sabem exatamente o que dizer pra voce "se tocar". Nao adianta, por mais que tentem, dizer pra esquecer, deixar pra lá ou cair na real...

De fato é uma bela conduta; homeopática, eu diria... de gota em gota, doses diarias e repetidas, voce vai se desapegando, já que uma das formulas do desprezo é demonstrar indiferenca. Chato é quando nao faz diferenca...

A distancia vai falhando a memoria... a saudade vai ficando difusa e, de repente, voce despreza...




sábado, 8 de agosto de 2009

Dia dos pais

pra vc que eh pai,
já é um todo mais completo, e um muito mais metade.
É o amor absurdo e a responsabilidade constante...

é enlouquecer com os gritinhos, musiquinhas, pedidos e tolices,
mas morrer por cada minuto longe.

É uma hitória com continuidade... uma marca. Teu pequeno registro.
Toda grandeza que tua natureza pode promover, na simplicidade de apenas ali estar...

Construcao diaria, trabalho em andamento... todo dia uma lição,
tanto pra um quanto pra outro!
O aprendizado no olho, no abraço, na razão...

É o maior medo do mundo;
De crescer, de sofrer, de perder...

Notalgia em cada movimento.
Nunca perceber que já não são tão pequenos.

Pai é eternidade...
calculo impossivel
dimensao indeterminada

É reconhecer que o sorriso...
é o mesmo de quando era nenem.

pai é um privilégio
de quem é e de quem tem.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Copos de alumínio

Fazia tempo que eu não tomava água num daqueles copos de alumínio...

Quando sede pede um copo d'água bem gelado, a garganta pulsa numa peristalse seca... na hora que bate na superficie metálica do copinho; o esbranquicado crescente... no primeiro gole, quando toca o copo, já sente a frieza do material e o liquido refrescante em perfeita combinação...

saciedade e nostalgia...

Essa sensação é exatamente a mesma de quando, na casa do meu avô querido, eu tomava agua num desses copos. Ele guardava, estrategicamente, dentro do freezer... brilhante!!

É dificil explicar uma coisa que foi sensação ... uma forma do teu corpo responder à um estímulo. Mas a verdade é que o sentimento de satisfação vem sempre acompanhado da nítida lembrança dele... dos momentos mais simples da nossa convivencia. Da sintonia dos olhares surrealmente sorridentes...

Era o copo dele, no lugar dele (congelando), como tudo dele era no lugar dele. Qualquer desvio, qualquer falha, seria notado. A lucidez mais insana que já pude vivenciar... sabia de tudo, qualquer assunto. Era de uma dureza incrivel e uma sensibilidade admirável...

Métodos eram muitos... ler a bíblia todos os dias, andando pelo corredor e cruzando com a unha o salmos que já haviam sido lidos. Banhos demorados. Leite de rosas. Leituras cotidianas e programadas.
A telvisão era toda previamente planejada, horarios definidos. O lanche era no horario do jornal, o volume era no mais alto e a atencao redobrada no que era dito. Passava a mesma quantidade de requeijão (colocado na borda do prato) nos mesmos sanduiches grelhado com queijo por cima... colocando a mesma quantidade de nescáfe, com a mesma colher, na mesma quantidade de leite.

Na hora de dormir o meu colchão era colocado do lado da cama deles. Pra eu nao passar nenhum minuto longe... eu adorava o cheiro da madeira no quarto, a luz fraca vinda do lado dele e o lencol fininho que me bastava aquecida... Me lembro de muitas vezes lutar contra o sono pra ficar observando, por baixo da cama, o amarelo-opaco que provinha só daquela direita do quarto... e ouvia minha vó ressonar, com o braço por cima dos olhos...

Até hoje me pergunto o que ele viu em mim... de onde vinha tanto amor se tudo que ele conheceu foi a minha parte quando eu nao sabia valoriza-lo devidamente... que hoje, tantas coisa eu queria mostrar e dividir e perguntar. Me descontrola o peito pensar que perdi tempo... que muitas vezes ele quis me mostrar, me ensinar... mas a ingenuidade me fechava qualquer entrada para o tudo que ele podia me passar...

Eu podia ter aprendido muito mais... por tudo que ele foi pra mim!

Ele foi meus passos de dança, bochechas coladas e meus sonhos no colo. Foi os assobios afinados e o bom gosto musical. Foi os filmes antigos bem explicados. Os gritos furiosos com o futebol...

Sei que ele podia me fazer melhor, se eu pudesse mostrar o que eu sou...

Eu só queria que tivesse sobrado mais tempo pra aprender a ser mais como voce, vô.

Mas pelo menos uma coisa eu aprendi... o meu copo de alumínio vai ficar no congelador!

manaus, manaus

O manauense é um povinho complicado. De tudo arranja um motivo pra reclamar...

Se chove, reza a Deus pra parar de chover. Se faz Sol, procura o diabo pra culpar pelo inferno.

Amanheceu mais nublado? pode contar que metade da população sai de jaqueta, pullovers e afins, manda desligar o ar-condicionado da sala porque ta "frio"... e quando dá onze horas ta todo mundo de manga enrolada e se abanando.

Sem contar que tudo fazem se arrastando, não importa o quanto estamos pagando pelos serviços, sempre parece que estão nos fazendo um favor. Chego até a ficar constrangida!!

Os mais regionais são os mais intrigantes, porque além de todos os aparatos que um bom manauense detém, ainda vem com uns "extras", originais de fábrica...
É fácil identificar, todo caboco vero tem a voz anasalada, sua mais que o normal e pra qualquer lugar que ele vá apontar ele utiliza o lábio inferior.
E ainda insistem em dizer que são "manauara"... até o shopping nomearam assim!

Uma das patologias mais populares entre essa espécie é a falta de senso do ridículo... não é nada difícil ver modelitos microscópicos em corpos macro +10. Quisera eu ter tanta auto-confiança...

Justiça seja feita. Não podemos negar que é um povo que sabe se divertir... Ora! Há algo mais maravilhoso do que ir à ponta negra num domingo, com um magnifico carro "tunado", uma churrasqueira portátil, sunguinha e barrigão de cerveja de fora?
Lógico que a poluição sonora de diversos tipos de forró/boi/axé (tocando ao mesmo tempo) passa batido ao se deparar com mulheres espetaculares passando blondor em pleno calçadão... uma beleza!

É... o sol é mais quente que o usual, o clima palpavelmente úmido... mas nos rende dias lindos, com céus em tons de azuis diferentes a cada momento e um por-do-sol de dar inveja a muito europeu azedo...

Do rio eu tenho medo... sabe-se lá o que não existe naquela escuridão. Mas é inegAvelmente deslumbrante e (os desabrigados que me perdoem) ainda mais nas cheias.

Eu não AMO Manaus, tão pouco tenho ciúmes... mas, enquanto nao consegui me desgarrar, vou tirando proveito das peculiaridades... de uma forma ou de outra!


quinta-feira, 30 de julho de 2009

dormi envolta em outros bracos...
foram outras maos, que nao as tuas, que me provocaram o juízo.
Me perdi em prazeres alheios aos teus...
de olhos fechados.

minha pele urticava
à estranheza da quimica (nem tanto) desconhecida ...
teu cheiro, meu antidoto...
Meus olhos nao abriam

Minha respiracao era misto de prazer e pesar...
minhas maos fincadas, queriam caminho.
Buscavam por ti.
olhos semi-cerrados..

de desespero, eram meus gritos acalentados...
vergonha... escondia meu corpo maculado
dor... agora voce é passado.
meus olhos cegados.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

É, meu portugues anda falho e meus versos sem graça...

talvez meu cerebro esteja gasto e condenado.
talvez tua vergonha alheia é mal motivada.
talvez te envergonhes, de fato, por um dia ter gostado.

Se sao belos, ridiculos ou um saco... foda-se. Pelo menos, desabafo.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

ando fitando a ponta dos meus sapatos, de boneca...
fujo de olhos curiosos que tentam decifrar minha expressao, de tristeza...
forjo sorrisos sem graca por trás de lagrimas controversas...

Perdi meu coracao... esmagado.
visceras melancolicamente laceradas
vazio em um "Nao Ser". Alma necrosada...

ilusao, toda minha
que via coisas onde nao tinha
bem feito, quem manda deixar se levar por fantasia?

venham lagrimas, gotinha por gotinha
esgota meus olhos,
minha inseparavel companhia.

sábado, 25 de julho de 2009

Nunca fui adepta a jogos de conquista... aliás, nem sou boa neles!
Sou desajeitada, ansiosa e (acredite) tímida...

Nessa de nao ter o famoso "jogo de cintura" feminino, acabo ficando pra trás e, muitas vezes, numa confusão de dar dó.

Bem, verdade seja dita foi que eu me apaixonei, sem querer, louca e perdidamente... não no sentido novelístico, com sacadas e juras de amor eterno. Mas daquelas que deixam borboletas no estômago, sorrisos idiotas e tremores nervosos...

Não sei como, nem quando... datas nunca foram meu forte. Só sei que me sinto uma adolescente em apuros, sonhando acordada e revivendo momentos que já sei de cor.

Posso amarrar tudo isso numa pedra e jogar no fundo do rio... ou esperar pra ver se voce se amarra em mim! =P

Any help??

sexta-feira, 24 de julho de 2009

2 by 3

As frases foram bem trabalhadas. Num estilo que até Maquiavel sentiria inveja... Para a atitude ser tomada foi preciso um trabalho em equipe. Com muito apoio moral e estrategias paralelas para que chegasse às vias de fato.

Tudo parecia fluir... confusão na primeira resposta, alivio na segunda e o desespero no terceiro contato.

Minha cabeca embaralhou no mais denso ciume... meus olhos vertiam lagrimas furiosas de uma menina mimada quando as coisas nao saiam do jeito que imaginava.

Me perguntava repetidamente; o que teria acontecido? porque estava desenrolando daquela forma?

Mas... me mergulhar em lagrimas e deixar acontecer, parecia a minha PIOR opção.

Resolvi vestir a camisa de "menina má" e entrar em ação com planos que acabariam com a "esperteza" da concorrência.

Ora, ora... estou nesta guerra há mais tempo do que deveria e ando perdendo mais do que mereço. Não vou entregar a vitoria assim, na carona...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

55 anos.

hoje meu pai faz 55 anos... destes, 25 posso falar com propriedade!

Foi um plano mal elaborado, uma contagem mal feita e duas cabecas muito aterafadas, o motivo da minha concepcao. Ele tinha 30 anos e 29 dias quando fomos apresentados (propriamente)... e acho que ele nao imaginou tudo o que aconteceria até hoje.

Minha infancia foi cheia de saudades e expectativas de chegadas. A ansiedade na porta do aeroporto, as corridas para ver quem abracava primeiro.
Papai sempre foi lazer.


Quando o dever chamava, tudo certo... sem problemas me levar até a escola de manha cedo, dificil era lembrar que precisava pentear o meu cabelo! Mas nada que um pente da varig, estrategicamente deixado no carro, nao resolvesse... ou quase.

Foram varias apresentacoes. De danca, de piano, de teatro, de sapateado, de violao... e muita, muita paciencia.

Os discursos eram elaborados e cheios de moral... Meus olhos, sempre atentos, demonstravam compreensao. Mas a fome na africa nao era o suficiente para me convencer a comer um arroz amarelo... "nao tem arroz branco, nao?".

Tudo era sonho... e nao só pra mim, para os meu amigos tambem. Imagina, só... filha do "Tio Acram", aquele que aparece na televisao e leva as criancas pra Disney. Gente fina!
Perdi as contas de quantas vezes me cantaram o jingle (e ainda cantam)... "o tio acram quer
fazer...".
E as brincadeiras? "você chama ele de tio?", "como ele é pai? ele só pode ser tio!"... Confesso que me divirto até hoje.

Ele é meu parceiro de dança ideal. Minhas lembrancas mais gostosas; nós dois, dancando sem motivo na sala de som. Foi uma vida de treino para a valsa perfeita nos meus quinze anos... inesquecível! Rodopios e sintonia... E isso já tem dez anos!!

A partir daí tudo parece ter acontecido muito rápido (bem que dizem que depois dos quinze o tempo voa).
Sucessões de fatos, deslizes, perdões, aprendizados, lições... até que... o susto!
Correria no meio da madrugada, incertezas e medo (muito medo). Num repente meu super-homem estava indefeso e frágil... como podia ser?
Por mais de um mes não ouvi o som da voz dele...Depois do sono prolongado e de muitas explicações, enfim podiamos conversar de novo...

Passou de tubos, fios, agulhas, máquinas e dor, para o picolé de limão mais gostoso da historia. E ele mal aguentava a própria mão.
Depois de tantos sonhos e conquista, tudo que ele queria naquele momento era água, suco e voltar para casa...

Cada um sabe como se sentiu no momento que ele atravessou o portão de desembarque... de cadeira de rodas e 20 quilos a menos... Eu? Voltei a crer!

Hoje ele luta contra a balança, trabalha de havaiana e tem a certeza de bons amigos. Eu... quero beija-lo todos os dias, abraça-lo todas as horas e reviver este dia mais 55 vezes!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

no tom.

Meu tom de voz sempre foi um problema... desde crianca minha anatomia propicia para a oratoria me conferia decibeis insuportaveis, nao fosse pelo controle constante do meu volume... me fazia ouvir a muitos kilometros.
Com o passar do tempo (e muitas chamadas da minha mae) a educacao foi aderindo melhor à minha personalidade e troquei o volume pelo tom.. ora, se eu nao podia mais falar na altura que eu achava conveniente para ser ouvida, melhor encontrar outra forma.
Foi entao, acredito, que surgiu essa ambiguidade de que tanto sou acusada... ja fui taxada de grossa, que minha voz é cortante, magoa...
Confesso que sem entender.
Verdade seja dita, sempre me expresso exatamente como me sinto... eu chamo de sinceridade, uma virtude. Mas, para maioria, é exagero.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

sono?

Uma noite que o sono me é possível, ele insiste em nao chegar... meu corpo parece zombar, tira proveito do ócio vazio, e por todos os poros comeco a te exalar.
Cenas repetidas, que eu já sei de cor... me reviro em lencois frios, rodopios em uma cela sem sol... pra que tentar fugir se sei que é em vão?

Meus carneirinhos gordos me deixam na mao, nao pulam a cerca por preguica, fodem a contagem e se perdem na minha imaginacao...
Camomila, leite quente e oração ... será praga, castigo ou punição?

Sonhos em vigilia... dormir é uma armadilha, gaiolas de falsa alegria que se abrem com o despertar no outro dia.

sábado, 20 de junho de 2009

Foi um dia silencioso...
coracao estonteado
batia ocioso

te vivendo pouco a pouco
em meu pensamento tendencioso ...
a sobriedade de um louco

quarta-feira, 17 de junho de 2009

dona aranha.


Enquanto me divertia entre os tipos mais frenquentes de neoplasias pulmonares, fui surpreendida por uma visitante inesperada - a Dona Aranha... e, pasmem, ela subia pela parede!!


Nao qualquer parede, a minha parede... onde eu encosto minha mesa, colo meus post-it de lembrete, auto-ajuda, recados e materia, minha "thinkin' wall"...


Ela era uma intrusa!


Minha respiracao foi uma ultima insuflacao, me movimentei furtivamente e corri para a porta... andava de um lado para o outro, entre as opcoes de: eu mesma esmagá-la e correr o risco da mae dela vir atras de mim em busca de vigança... jogar inseticida e ela nao morrer e pular no meu cabelo e me deixar histerica e me debatendo e sentindo-a andar por toda minha superficie corporal... ou chamar por socorro - ufa!


Sai em busca de "herois". Qualquer ser viril o suficiente para acabar com aquele monstro (de 9mm) que estava prestes a sugar toda a minha vida... Meu coracao disparava, eu nao tinha tempo a perder.


Confesso que foi preciso mostrar 3 vezes o exato lugar de onde ela me olhava sedenta... mas nao mais que uma polpa digital para transforma-la num enroladinho de nada. Isso é o que dá ser "teimosa e desobediente"?

terça-feira, 16 de junho de 2009

Café.

Desde pequena tenho loucura por cafe. Nao é pra menos... durante toda minha vida, todos os lugares e pessoas compartilhavam do mesmo gosto.

Aprendi cedo como preparar; água fervente, pó e um pouquinho de acucar (segredo do papai). Eu prefiro o meu forte, sem acucar e recem-feito... Esse lance de reesquentar, repassar, reaproveitar, nao me apetece.

O cheiro ativa as papilas gustativas ate de quem nao é fã. Em mim, me traz saudades e boas lembrancas... os beijos do meu gidô, a sala do meu pai na agencia do centro, o lanche pontual as 18hrs na casa da minha vó querida, os movimentos precisos e metodicos do meu vôzinho.

É a cara de fim de noite em familia. Meu nome vem a tona junto com o seu significado, e seguido logo do pedido gentil dos patriarcas: kahwah. Me prontifico sempre com brincadeiras e sorrisos. Vale a pena pelos elogios sinceros e carinhosos ... café com amor.

Companhia ideal para as viradas olimpicas de estudo... encho minha mug com o mais negro e puro extra-forte, sento, e só levanto pra buscar outra "dose".

Tá no sangue, árabe e espesso. Somos baristas por designio divino... um dom que nao rouba ou aprende... herda!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

companhia.

Justo quando eu me perguntava onde eu me encaixava na sua vida... me encaixei num fim de domingo.

O clima, mais umido que de costume, predizia chuva... daquelas pra dormir se encostando a noite toda. Eu, no meu mais nervoso estado que ja pude perceber, esperei te ver atraves do portao. Tinha tudo planejado; nao sair do carro, ser breve... focar no objetivo.

Meus planos comecaram a ficar confusos e sem nexo (no que eu pensava mesmo?) Minhas maos eram dignas de Parkinson... Quando em movimentos um pouco mais precisos, minha epilepsia emocional chamou tua atencao. Uma tola, apaixonada, incapaz de controlar os espasmos involuntarios que aquela alegria me proporcionava... estava euforica.

Entrei a convite. Uma batalha apreensiva, mas facil. Ainda desnorteada, cega e perdida nas minhas pulsacoes ensurdecedoras, deitei do teu lado. Os toques foram regrados e progressivos. Te olhava escondida, enquanto voce se distraía. Absoluto fascinio.

Foi na terceira tentativa, que vc se rendeu ao cansaco e eu tirei a duvida do momento de ir... Um abraco confortavel foi nossa despedida. Meu braco desacostumado, nao tinha mais vida. Nossa noite foi isso... só companhia!

sábado, 13 de junho de 2009

Missa de St. Antonio

Ontem minha vó me ligou: Filha, - dizia - amanha é a missa de St. Antonio, quer ir?. Meio nocauteada pela surpresa momentanea, nao exitei em dizer que sim, ate porque já é quase um reflexo à quase tudo que ela me pede. Ela me tem na mao...

Logico, fora a missa, ainda tinha uma imperdivel procissao, as 17hrs, que "nem andava tanto". Me imaginei logo, velinha na mao, cantando hinos de louvor e morrendo de medo que chegasse alguem querendo se aproveitar da boa vontade dos "fieis". Mas gracas àquele que nos deveriamos seguir, amanheceu chovendo!

Hoje o discurso foi um pouco diferente, e decidimos que só a missa já estava de bom tamanho.

Fico imaginando a reacao de Deus, lá de cima, me olhando. Ele com certeza vai tomar um susto (gosto de pensar que estou fazendo uma surpresa pra ele)... Todos os anjos e santos vao ficar realmente intrigados, afinal, depois de tanto tempo!... St. Antonio deve me perdoar por incidentes anteriores, e se sentir genuinamente querido por mim. É, acho que ia ser o "comentario" no ceu - levo muito à serio adesivos de parachoque que dizem: "voce é muito importante para Deus".

Posso ver a Luz celestial sobre mim, holofotes abencoados... todas as atencoes! Tenho que preparar um bom discurso. Nao quero desaponta-los...

Primeiramente, agradecimentos... muitas gracas alcancadas, licoes aprendidas. A seguir, devo listar meus pecados. Certo! Nesse momento, esparramada no sofá com uma caixa de bem-casados... Senti um lapso de vergonha, pecava pela gula. Mas logo percebi que se nao fosse pela gula, seria pela luxúria. Entao... o que me conceder mais perdao. Enfim, os pedidos. E hoje eu to precisando ser atendida. Frases bem articuladas, nomes bem pronunciados, pra nao ter confusao. E seja o que Deus quiser!

E pra completar, voce ainda ganha um paozinho com as bencaos de St. Antonio que te promete fartura e coisas boas. Uma lembracinha, pra comer em casa.

Acho que posso ir em paz... e que o Senhor nos acompanhe. (Amem).
a saudade injusta
se nutre às tuas custas
ondas magneticas ocultas
te direcionam a outras buscas

resto aqui, melancolia
sobras tuas pós-partida
tu te vais, nostalgia
migalhas da paz perdida.

lamina ambivalente
faca de dois gumes
quem consegue ser coerente
atordoada por tanto ciume?

solitaria
suicida
escólices soltos
engolindo vermicida

petalas vertidas
suspiros-brancos-do-monte
me vale mil despedidas
ser saudade um instante.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Ele e Ela.


Eles sao a melhor parte da minha vida...
Ela é minha companhia constante, meu pezinho na hora de dormir, e o carinho nas maos reciproco...
Ele é minha declaracao inesperada de saudade, as birras cotidianas mais engracadas, e as falhas fonéticas mais gostosas...
Sao minhas manhãs ao som de jogos, brincadeiras e desenho animado
As diversoes entrecortadas por licoes e um pouco de falta de paciencia (ninguem é de ferro)

Ele é o motivo das minhas alegrias mais ordinarias
Ela, da minha força
Meus alicerces bem calculados!

Ele sempre cheio de explicacoes e porques - "saaabe porque...??"
Ela cheia de talvez - "talvez seja isso.."
Minhas razoes!

Ele, o tom de voz perfeito
Ela, minha pupila
Meus musicos afinados!

Para ambos sou bracos abertos, lagrimas de emocao e muito amor
Sou a inquilina devedora
Sou pouco pro muito que eles me sao...

Ele foi os "quanto domiacodá..", "aminesalios" e o porra bem colocado aos 3 anos...
Ela, a gravidez inesperada, a solidao insuportavel e a coragem surpreendente
Eu... coadjuvante!

Eles sao minhas tardes preguicosas no sofa
Shows de boi na varanda (todo dia)
E muita, muita historinha!

Sao as vozes altas no quarto ao lado
As discussoes pau a pau...
Minhas gargalhadas solitarias!

Ele e Ela... Meu amor absoluto.




Feliz dia dos namorados.


Hoje amanheceu chovendo, torrencialmente... o que, pra muitos, pode ser frustrante... pra mim, nao!

Esse tipo de chuva da preguica e vontade de ficar deitado o dia inteiro... é ideal pra ser compartilhada, com pouca (ou nenhuma) roupa, debaixo do edredon, com corpos se entordando em mil formas que se encaixam, entrelacam e aquecem....


Toneladas de água estremecem as telhas... trilha sonora.


Arrepios intermitentes, risos silenciosos, esquivas charmosas do que a gente nao quer fugir... Entre beijos e abracos, maos, pernas...


Carinhos subindo as costas, suspiros de prazer, e um pouco de vergonha. Entrega absoluta...


Respiracoes ritmicas, proximas... busco o teu ar, meu oxigenio.


Boca entreaberta, murmurios inaudiveis. Marco as tuas costas quase sem querer, momento de loucura e explosao. Olhos fechados, apertados... ar suprimido, inexistente... musculos contraidos. Meu corpo todo adormece, formiga, treme... meu cerebro inteiramente tomado por substancias que me entorpecem, ainda tua pele, teu cheiro mais que nunca...


O clima de que nao amanheceu, mas já é quase tarde. Ceu cinza, barulho de agua nas rodas dos carros que passam na rua... e o nosso folego perdido. O "frio" atípico à região, tudo parece suceder lentamente... eu de brucos, voce de lado... adormecemos.


É... sem presentes, sem comerciais... chuva, no dia dos namorados.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Fico tentanto buscar onde foi que me apaixonei por voce... no paraiso de bem-casados, nos beijos enlouquecidos, simplesmente por nao ter te tido... Meu orgulho canalha acaba meu bom senso.

Se recorro a minha memoria, de imediato me remete as madrugadas em claro, despedidas infinitas... te largar sempre foi sacrificio.

Teus toques certeiros, minhas convulsoes de arrepios... delirio cotidiano de quando ainda podia sonhar contigo...

Teu jeito de amar os teus, me iludiu que podia ser meu ... Um pouco absurdo, talvez um surto, desespero absoluto desse corpo que saía do luto.
Sinto falta,
falta foi desde o principio...
Me coloca de pernas pro ar, doidinha, em absoluto prejuizo...

inconsciente, meu inimigo
encurralada, falho o sentido
busco ainda... onde teve esse inicio?

se me acaba hoje
toda a crença me foge
mais um vez retorno à realidade que me cospe.

terça-feira, 9 de junho de 2009

estrogenio.

Pesquisas cientificas ja apontam outras funcoes pra esse "admiravel" hormonio feminino... mas nao me importaria que tivesse doses menores em mim, mesmo que isso me acarretasse um pouco menos de acuidade auditiva...

Estrogenio e progesterona... dupla infalivel na colocacao de gorduras localizadas, emocoes exagerada e explosoes mensais de raiva, calor e vontade... e poe vontade!

É vontade de comer tudo, de preferencia doce... chocolate... bolo com calda de chocolate e pedacos de chocolate com um leite achocolatado com chocolate derretido dentro de mais chocolate!

É desejo puro... de todas as formas, maneiras e estilos.

A natureza conspira para o acasalamento e me poe em chamas, exalando toda a feminilidade hormonal do meu corpo fertil, visando aticar alguma testosterona alheia... meu proprio cio.

O instinto imaculado me oscila entre furia e melancolia... um joguete que desperta a fera que em mim dormia.

Sou o campo de batalha de uma revolucao hipofisaria, exercitos marcham ao longo das minhas arterias, buscam os receptores que mais lhe agradam... e me fazem um marionete ridiculo da biologia!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Espera.

Espera é desespero
O proprio ato é controverso
se esperar desse certo...
talvez nao levasse tanto tempo!

Perseverança é importante,
mesmo que tudo indique o contrario.
quem sabe num futuro distante
essa esperança dê resultado?

Esperar cansa, companheiro
se minha memoria fosse mansa
e não atiçasse meu coracacao desordeiro

A expectativa me é cobrança...
tudo isso é passageiro?
se "quem espera sempre alcança"...

domingo, 7 de junho de 2009

Eu uso oculos.

Miopia é uma condicao clinica, fato! Só quem tem sabe como é dificil conviver com isso... Logico, em graus mais elevados que os meros -0,5 cansados.

A minha comecou com erros no caderno de portugues. Enxergar o quadro era realmente um esforço doloroso... minha cabeca que o diga!
Reconhecendo minhas limitacoes, avisei minha mae, que custou a acreditar que nao era uma simples vontade de ser diferente (vai entender)...

Depois de varias provas que minha visao nao era como a dos meus coleguinhas, fui ao oftalmologista, que confirmou meus -0,75 iniciais... ok, nao era muito. Mas enxergar formulas fisicas, num quadro, as 7:30 da manha... eu precisava de uma ajudinha extra!

Recomendacoes, receitas e partimos rumo à otica para escolher meu novo "acessorio".

Fase de adaptacao: espanto, brincadeiras e perguntas dos amiguinhos adjacentes à minha mesa escolar cativa.
E lembrar que agora eu tinha MAIS uma coisa pra levar?
E, meu Deus, parece que esse artigo vem com imãs acoplados com alta atracao por bundas... pelo menos uns 3 ficaram tortos ou sem lentes devido a sentadas desatentas!

O tempo foi passando e a cada retorno o medico me dava uma nova receita e, o pior, um novo grau!

Passei a precisar deles para mais do que umas simples "ajudinha" na hora de ler a legenda de um filme em alemao no cinema...

Fiz 18 anos e no outro dia estava na porta do Detram para tirar a carteira... psicotecnico - ok, legislacao - ok, teste medico... ops! Bem, agora eles eram uma necessidade constante...

Mas ainda me fazia de auto suficiente e, quando saia, ia sem oculos, pra nao "me queimar"... o problema era que, alem de passar por metida e esnobe (afinal, como se cumprimenta alguem de longe se voce nao sabe que a pessoa esta la?) Eu ainda acabava precisando de amigas para me ajudar a paquerar ... ou acabava paquerando errado (feios!).

Tentei trair o "movimento nerd" e aderir as inovadoras lentes de contato... gelatinosas, confortaveis... nem tanto! a sensacao constante de cisco nos olhos nao faz minha cabeca... e fora a fonte constante de infeccoes oculares. Deus me livre! Perdi varios lados e, devido a coceiras enfurecidas, ficava "olheta"... vendo bem de um lado só.

Foi quando me rendi a parceria inseparavel, e ate charmosa, dos oculos. A reacao do "publico" é diversa... uns amam e elogiam, outros encaram como falta de vaidade...
Pra mim é uma necessidade ... enxergar é mais bonito.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Mãe, quero ser astronauta!


Essa noite, enquanto olhava a lua pensei: "nossa, deve ser fantastico ter essa visao, de lah" (tipico?)... mas ... e pra chegar la?? que medo... me senti completamente presa nessa rocha planetária, dentro de uma bolha atmosferica intransponivel...


E se eu quisesse ser astronauta? Como seria?

Eu adoraria conhecer um, saber qual a visao dele disso tudo... afinal, ele jah saiu de tudo que "há entre o céu e a terra". Nao seria isso o destino de tudo... o depois disso? Imagina, ver do ponto de vista de Deus (?), "acima de tudo e de todos"... Acho que deve causar mudancas em alguns pontos de vista... ou nao?

Bem, minha mae com certeza censuraria... imagina, se medica eu ja nao ia ter tempo pra "marido e filhos", que dirá tendo que ir trabalhar, bem ali, no espaco! Me mandaria descer no ato.

Nao sei bem o que diria meu pai... se é que diria alguma coisa. Com certeza, nao antes do tempo...

De qualquer forma, acho que me viro melhor sendo medica... ainda sou adepta da gravidade. E olha que eu sei o preco que eu vou pagar por isso!


Vou me contentando por enquanto com essa vista daqui, vendo nuvens de baixo em forma bomba atomica, jacares, dragoes e a lua "de cabelo" ! E quanto ao sr. astronauta, concedo uma parte de inveja... "deve ser fantastico ter essa visao, daih..."

quarta-feira, 3 de junho de 2009

só.

espero que a solidao seja melhor companhia, que nao me troque por outra coisa vazia...
que minhas lagrimas me visitem as vezes, que nao sejam tao constantes...
que eu saiba forjar um sorriso, que ate a mim tenha convencido...
que eu suporte meu proprio convivio.

Walk away.

Suspiro pronfundamente... em noites entrecortadas e inacabadas, tento decidir... Se ao menos eu soubesse como sair...
Palavras deliberadas, pensamentos sem sentido... nao tenho mais nocao.
Tenho mesmo que abrir mao?

Outro suspiro de consolo... meus pulmoes buscam asilo. Meu coracao reprimido, pulsa fraco e sem motivo...
Tua ausencia estuprou minha paciencia... arrancou de mim a vontade com tanta violencia.
Espelho, espelho meu... que imagem é essa que insiste dizer que sou eu?
Sem sonhos, sem brilho... minha vida desapareceu.

Suspiros, suspiros ... tenho que esquecer
Soluços e desespero ... teu silencio me faz padecer
Sou rasgada ao meio, puro devaneio... viro, vou, caio de joelhos
Fincado nesse fim ... o mais dificil (re)começo.

terça-feira, 2 de junho de 2009

meus neuronios desconectos
estremecem meus sentidos
estonteados e perplexos
pobres escravos sem juizo

rodopiam em reflexo
ao meu corpo doentio
massacrado, indefeso
pobre amante vadio

meu desejo mutilado
mera sorte do avesso
um espirito asfixiado
pobre alma em desapreco

O que eu faço?

me vejo sem espaco
meu coracao em descompasso
me falta o ar, nao sei o que faço...
minha dor fere... me amordaço.

sou loucura, magoa e cansaco
solidao, amor, descaso
grito, choro, roo... extravaso
suplicas ao acaso

me desfaço em pedacos
a merce desse sentimento devasso
faz-me vidro... estilhaco
tanto em mim e em ti escasso.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Duvida.

Um caminho sem volta. um quarto sem porta... do meu pescoco, a corda.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

eu com as... tres.

"Nos somos quatro... eu com as quatro...", ou melhor, tres... Se puxa o "r", se enrola ou se chia, sempre acaba na mesma sintonia.
Me doi o pescoco nos meus gigantescos 1,60m para acompanhar os poucos 1,78m loiros e deslumbrantes de uma.
Me abasteco de muita duracel pra ser pareo nos 220V constantes de outra...
Somos vinh0, nuttela e muita historia pra contar. Gargalhadas altissimas, tiradas rapidas e conversas ate altas horas...
Pouca paciencia pra umas, muita pra outras...
Dividimos quarto, cama, saudade e distancia...
Fomos os kilos a mais bem justificados, as bebedeiras fenomenais e as disparidades mais exuberantes da historia.
Eu o longuente classico, a chatice insupotavel, as implicancias rotineiras e as complicacoes amorosas eternas...
Uma na piruice absoluta de cores, curtos e brilhos, voz alta, gestos amplos e sorriso inspirador... Complicacoes, confusoes, mas "poR Deus", acaba tudo bem...
A outra consegue transformar o jeans no mais exuberante estilo, desperta minha "inveja" de morena e me prova que amor de verdade existe... minha admiracao notavel!

Elas sao minha saudade doida, que me faz largar minha oca e atravessar o pais com desculpas esfarrapadas pra assassinar essa maldita...

Elas sao minha morte de vespera, que me acaba a festa só de pensar que vamos nos separar.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Encantamento.

Sintomas de paixao, os pes nem encostam o chao...
Se orelhas grandes, pernas curtas e cabelo rebelde... o que me importa?
Te acho fantastico...
Só de pensar me arranca sorrisos, ou mais, gargalhadas...
Minha barriga revira e sinto como se estivesse com a pior das viroses.
Sera doenca? ... Nao quero me curar.
Em todos os lugares, todas as coisas, todas as pessoas me remetem a esse "mau hábito"...
Parece mania!
Dias mais salgados na minha vida insossa.

Me revela teu truque. Que magica é essa... que me deixa reversa, e nao paro de pensar.
Eu hein, pra lá, com essa uruca, to ficando biruta... sera que passa se chutar??

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Ei... me devolve minha concetracao
que é isso, mermao?
ja levou meu coracao
vai me deixar, assim, na mao?

fico aqui, que nem jumento
meu cerebro condenado, anda lento
quem me dera tomar tento
e sair desse tormento

que coceira da molestia
que nao deixa minha testa
dia e noite essa conversa
quem ja viu uma coisa dessa?

Afe Maria, Deus me guarde
por fazer tanto alarde
mas me doi o peito, e arde
de loucura, de vontade

Eu queria uma coisa só
largar mao de ser bocó
que mais cego que esse nó
sao os olhos desse amor.

courage

If there were no tommorrow
i would give up the sorrow
run to your arms
live through your breath

If life was ending
i would stop pretending
that love has no chance
i'd feel through my veins

If i had just one shot
i'd rip of my heart
give you all that i've got

So much life in me
to stop my impulse
When there's no use

courage could make me yours.

uma simples alegria

Nao... nao foram rosas, nem serenata, tao pouco um poema repleto de juras de amor eterno...
Apenas uma noite prolongada, entrecortada por risos e nonsenses, que lhe caem muito bem.
Dormi feliz, sonhei coisas que nao me lembro, e acordei com uma preguica monstruosa... mas leve, revivendo tudo o que foi dito, as tiradas, brincadeiras e ateh as eporadicas sacanagens...
Me vi corar por me sentir tao infantil. Adolescente tipica, que se enrola, encabula e morre só de pensar que "ele falou comigo".
Meu coracao bate mais devagar hoje. Posso pensar em vc como realmente é... sem desejar, sem querer, sem buscar...
Voce existir me deixa mais ... sossegada.

domingo, 24 de maio de 2009

down that road again

a cabeca anda baixa, os olhos em geral mareados...

lagrimas faceis e "sem motivo"

a familiaridade com o sentimento chega a ser estupida

e ainda assim nao consigo conduzi-lo



me sinto impotente...



qualquer fiozinho de esperanca parece uma corda infinita e resistente

me agarro como se nao houvesse amanha

ate que me sinto escorregar

... e a sensacao de queda livre



onde sera que vou parar?



a cada pirueta, tento me segurar

tantas esperancas, como saber?

as falsas parecem ter uma especificidade por mim

escolhas mal feitas


... continuo escapulindo



festival de fios e cordas

saltitam, sacodem, dançam

minhas maos passam aleatoriamente

sem se fixar


... perco a direcao



o que tento achar?

quimera - uma solucao.

St. Antonio

Tudo comecou com uma conversa amigavel, coloquei meus problemas, sugeri solucoes e esperei alguma providencia. Apos uma longa espera, nada havia mudado, senao o foco. Mas a situacao permanecia.



Achei, entao, que conversa nao estava surtindo efeito e comecei a me indagar o que poderia fazer para ser ouvida, afinal, tantas ja haviam sido. Apelei pra "reza braba". Disse por A + B, o que queria, como queria, QUANDO e porque queria... e continuei a espera, dessa vez de joelhos!



Passaram-se os meses e ainda me via só e, o pior, sofrendo!! Me senti entao ignorada por aquela imagem minuscula, que me tinha sido regalada em um casamento (o que me fez acreditar mais ainda no seu poder), e me olhava desdenhozamente do alto da prateleira junto com seu amigo, Jesus Cristo. Era como se rissem de mim...



Aquilo comecou a me "zangar" e decidi que a conversa tinha que ir mais alem, e parti para as ameacas. (vai que funciona!). Disse, com muita firmeza, que se nao acontecesse dessa vez, no prazo "x", eu iria coloca-lo amarrado de cabeca para baixo. Admiti ser uma atitude um tanto drastica e radical, mas deixei claro que essa nao era minha unica "carta na manga".

A espera ja estava me consumindo e eu nao aguentava mais a situacao. Entao, peguei o pequeno, olhei seria e disse que nao precisava ser dessa forma, mas que iria, sim, afoga-lo na garrafa de cachaca e deixa-lo embriagado e se afogando ate que ele resolvesse o meu caso. Era tudo muito injusto, porque soh comigo nao funcionava?

Volta e meia dava uma olhadinha para ver a situacao do "bendito" no fundo. Deus me livre mata-lo ali dentro. Ate conseguir outro...

O bichinho estava quase desbotando quando vi que aquela medida ainda nao o amolecera o coracao, e ainda estava esperancosa e angustiada.

Com lagrimas nos olhos, peguei a pequena escultura, jah desfigurada e cansada, e arranquei com toda forca e impiedade a crianca que carregava em seus bracos. Havia me tornado uma sequestradora, e nao de qualquer pessoa... do salvador do mundo! Apenas aquele homem, fraco e sem forcas, poderia resgata-lo, atraves de um simples ato: Atender as minhas preces.

Muitas noites se passaram sem que eu tivesse qualquer contato com o responsavel pela vitima. Nenhum sinal, nenhuma manifestacao. E carregar aquele fardo era insuportavel, eu mal conseguia dormir pensando nas consequencias com O Todo Poderoso.

Foi entao que decidi devolver Menino Jesus para os bracos de Santo Antonio, coloquei-o de volta na companhia de J.C. na prateleira superior, e continuei a observar, com duvida e decepcao, as imagens que me prometiam salvar.

* Por seguranca, acendi uma vela de 7 dias pra selar as pazes.

Num domingo a tarde.

Acordei de sonhos distantes, esperei os primeiros sinais de movimento... minha mae bate a porta. É domingo!

Busca daqui, chama dalí, acorda, fala alto, briga, ri, abraca, beija... todo domingo.
Seja chuva, sol, quente, morno (nunca frio)... compromisso eh compromisso, ainda mais quando esta no quarto ao lado. "nao poooosso, domingo eh com a familia"... mesmo que as vezes se tenha vontade de "variar"... Nunca tem a mesma graca.
Bem, as vezes varia um pouco como fica nosso domingo... depois do almoco podemos ficar juntos ate o jantar, que sem duvida acabaria em algo bem engordativo como pizza hut, picanhas ou coisas deliciosas. Ou cada um digere o que deve, onde acha que deve.
Dia de kibe do gidô, cedo, quentinho e com "molhinho gostoso" que ele sempre esta disposto a fazer; azeite, limao e "pimenta de aruba". Imbatível!
Acordei com o telefone tocando? Minha vó: "fiiilha, tua mae ja acordou?"... (ora, se eu ainda estou dormindo... imagine ela). É uma das melhores formas de acordar.

Após ter revirado em meus pensamentos, buscando distracoes e lutando contra a fome domenical, que se prolonga costumeiramente ateh as 15hrs, meu pai me sauda com um "hoje vamos ao centro ver a cheia". O que é de surpreender, se tratando de uma pessoa que adora poder apenas atravessar a rua pra trabalhar, mesmo que isso signifique trabalhar o dobro. "serio?" - duvidei. E, para minha surpresa, era!

Entao, juntamos os "turistas" dentro do airtrack. Papai (dirigindo), mamae, eu, Beta e Vovó. (e um vazio inexplicado de uma ausencia). E fomos rumo ao centro. Meu pai dominava todo o caminho, estava em casa. Eu perdida e deslumbrada, com uma maquina a registrar aquele momento. Todos nos, fora, num domingo a tarde. Mamae e vovó entrando no clima da saudade. Foram historias, passado, lugares...

Estavamos nostalgicos, construindo um momento... uma lembranca. Senti como quando passo em frente a minha casa que hj sao predios... ou meu parquinho de barro que hj é uma imensa obra de concreto... as coisas vao, e a nós, só resta reviver.

Quero ser capaz de mostrar coisas e reviver memorias.

touch.



Contato, diretamente, nao houve. Apenas o rush pelo meu corpo. Sucessoes de arrepios e batimentos acelerados. Queria que o tempo parasse, que nao se movesse, que aquilo fosse enterno... e real.


Queria transpor isso, que me parece verdade, para o que realmente é...


E o que será?


Nem mesmo consigo me dar razão... quando apenas o corte do ar causado pelo teu corpo, é capaz de fazer com que o meu piscar de olhos se torne mais lento, minha respiracao - um suspiro, tentativa de ser e não ver que foi só a curta fracao de segundo, do momento que você passou ao meu lado... simplesmente.


Toques a esquiva, "sem querer", com todo proposito de poder sentir tua pele...


Quimica.


Explodo de vontade. Me faço de boba (e não me arrependo). Tanto te quero, que nao me desprendo... me persegue corpo, alma, mente...


Queria momentos, tao somente.








sábado, 23 de maio de 2009

Lovestruck


que frio na barriga... soh de pensar no teu olhar de banda... tua mao sacana. vc me intriga
que vontade... de calar meu silencio... de voltar pro inicio... de ficar sem saudade
que dificil... largar desse vicio... acabar o suplicio... de tentar te esquecer
me recuso... retroceder pro avulso... se meu pavio, um tanto curto... acaba de tanto sofrer.

sexta-feira, 22 de maio de 2009


Pai

Temos os mesmos gostos, as mesmas birras, mesmas manias...
Durmo bem e o suficiente, ele nem tanto...
Somos compativeis até quando nao concordamos. Ele me pega pelo peito.
Herdei dele boa parte da minha personalidade, além dos olhos, a expressao e a voz, grossa e alta!
Senti-o ir embora, tive medo e chorei escondida...
O vi renascer, perdido, desorientado, mas teimoso e desbocado (era ele!)...
Temos o mesmo sangue (B negativo [?]), o mesmo tom de pele, a mesma alma...
Nosso coração bate uníssono... as mesmas paixões
Aos seus olhos eu sou menina, crianca, ingenua e brincalhona
Aos meus, meu heroi!
Pra ele sou de sorriso facil e de coracao mole
Somos de carinhos limitados, mas sinceros...

Ele foi meu despertador aos domingos, minha rede em tardes chuvosas e meu conselho sempre oportuno
De poucas, mas sabias palavras
Meu idolo!
Vislumbrei atraves dele como posso ser grande... quero ser como ele.

Ele? Meu pai.
Amor absoluto, incontestavel... infinito.

night.

so it ends
and for my pump
still no mend

my blood stream
as to keep life
of awaken dreams

flowing relief
with eyes open...
happiness is disbelief

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Morning.



I'm late

late for life, late for love

though I hate

I hear the clock




my eyes refuse to open

it's too hard to face

my lonely heart, broken

i just can't stand the day




I keep on wishing

crawling up the wall

my eyes, still closed

reality hurts. does it for all?




please, let there be no light

may i drown in night

for in my sleep

tears no longer drip.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

well


well well
inside
well

fallin'
inside
the well

roll roll
find no more
well well
end, you fall
feel alone
well
you are
inside the well
pain never stops
well well
inside..
Me deixa em paz... nao quero mais tanto sofrimento, nem tantas lagrimas para compartilhar... quero que me fuja toda a inspiracao, que acabem as palavras e que eu nao tenha mais o que dizer!! quero esquecer, esquecer o que é e o que poderia ser... nao quero viver lembrancas de coisas que criei...

Entregue


Sem forças para lutar, estou desarmada. Sangro um coração que esquece de palpitar. Dor aguda entre pulmões vazios e incapazes, sufocando em busca de uma nesga de ar. Meus olhos como nuvens carregadas, trovejam a incessante pesar de saber nao estar. Quero parar. Virar pedra e nao sentir. Virar fogo e apagar. Virar gelo e desaguar. Maldito sistema nervoso, me enerva ao ponto de nao poder controlar tanta confusao, de odio, de querer, de magoa, de perdao... de saber que apenas uma coisa me pode tirar dessa aflicao e a certeza de que, por isso, nao há solução.

terça-feira, 19 de maio de 2009

é... muda-se a estrategia, a pessoa, o sentimento... cresce, toma conta, sufoca. Me sinto oscilar entre patologias variadas. Cardiacas, gástricas, psiquiátricas. Ansiedade, esperança... já não consigo determinar, se é que é possível.

Taquicardia em repouso, dispepsia ao vento (borboletas?), alucinações/depressão... Estaria eu caindo no tão antigo mal de platão? Não me surpreenderia, fato. Ou abstraio toda virtude e pureza platonica e caio na paixão, cega, material, falsa?

A sensualidade me corrompe e nao consigo supera-la, minhas entranhas impuras exalam todo o desejo que aprisiono nessa espera angustiante.

Perco o ar com lapsos de lembranças, de rompantes inesperados, imagens gravadas por teimosia.

Se ao menos minha razão fosse forte o suficiente, o sentimento fraco e o corpo resistente... talvez te esquecer fosse possível...

Ainda que eu fale, grite, implore... suas respostas se perdem, ou não chegam... ou não são.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Inside a broken clock




busco em mim
o prazer que vc pode me dar
o pensamento,
obsessao sem fim
num tempo que cisma em parar

ondulacoes minuciosas
criacao absurda
ilusão...
escraviza tolos
e esvai quando nao devia passar






domingo, 17 de maio de 2009

And so it begins...


Que não me falte palavras.