quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Sangria




"Hoje faço no meu coração uma sangria
Talvez assim, tudo mudaria.
Verto de minhas coronárias infartadas
Os sentimentos que mais uma vez me fez enganada

Hoje desidrato-me com lágrimas doloridas
Na hipotensão de abertas feridas
Me desfaço da vida que imaginei vivida
Mas que em minhas sinapses loucas se perdeu, foi esquecida

Já não conto quantas internações me foram necessárias
Para que pudesse sobreviver essa luta (quase) diária
De abrir-me com o corpo e a alma
E ser morta com a frieza de uma flechada

Um dia passa, dizem por aí
Minha mente em sussurros discorda, e se põe a rir
Não sei se passa, passou ou passará
Sei que um dia termina para em um outro recomeçar."